Empresas investem no bem-estar para ganhar produtividade, diz estudo

As empresas vêm o investimento bem-estar dos funcionários não só como uma questão de reduzir seus custos em saúde, como também uma forma de melhorar a produtividade e desempenho financeiro. A análise está em um novo estudo da consultoria Deloitte, que ouviu 11 mil líderes de RH e de negócios de empresas de 30 países.

De acordo com o relatório Tendências Globais de Capital Humano de 2018 – A ascensão da empresa social, 43% das empresas acreditam que programas de bem-estar oferecidos ajudam a reforçar sua missão e visão, 60% acreditam que eles ajudam a reter funcionários e 61% afirmam que melhoram a produtividade e os resultados financeiros. “Quando olhamos as métricas do Brasil, vemos que as pessoas estão se sentindo cada vez mais sobrecarregadas. A preocupação com bem-estar apareceu de forma bastante significativa entre os entrevistados do país”, disse Kelly Ribeiro, sócia de Consultoria Empresarial especializada em Capital Humano da Deloitte.

Segundo o estudo, um número crescente de empresas no mundo repensa seus programas de recompensas e desenvolvimento dos funcionários, buscando ações que propiciem maior bem-estar. 92% dos executivos entrevistados apontaram a atenção com o bem-estar como uma questão importante para suas atividades profissionais no futuro. Por trás disto estão casos de sobrecarga (física e emocional), busca das pessoas por mais qualidade de vida e flexibilidade de trabalho (principalmente por parte dos millennials).

Entre os exemplos citados pelo estudo está o da Danone, que fornece assistência médica para grande parte das doenças significativas e licença parental (para homens e mulheres) a todos os seus funcionários no mundo. A medida, segundo o estudo, não só é importante para garantir o bem-estar, mas também para tornar os funcionários da companhia uma espécie de “embaixadores de saúde”.  Outro caso citado é a construtora Lendlease, que criou espaços de descanso e interação para seus funcionários. Os funcionários da empresa têm dois dias por ano para fazer algum trabalho voluntário e três dias para se dedicarem à própria saúde.

Há uma diferença, contudo, entre o que as empresas investem em bem-estar e aquilo que os funcionários consideram uma política adequada. Segundo o estudo, 86% dos funcionários esperam trabalham em horários flexíveis e 50% das empresas afirmou ter um programa para esta demanda. 67% dos entrevistados querem um escritório com design que propicie bem-estar das pessoas — algo que apenas 27% das empresas relataram fazer. Mais da metade (63%) gostaria de ter acesso a snacks saudáveis, algo que pouco mais de um terço (32%) das empresas oferece. 60% das pessoas gostariam de um programa de suporte mental, uma iniciativa promovida por 30% das empresas.

Uma das principais mensagens do estudo é a de que as pessoas esperam empresas mais responsáveis. Do outro lado, as empresas têm procurado se reposicionar, motivadas por novas demandas, tecnologias e automação. “O lucro continua sendo importante, mas há uma ideia crescente de gerar lucro respeitando a comunidade, ouvir mais ativamente as tendências e percebendo o mundo na qual está inserida. Ser uma empresa mais social, mais parceira”, diz Kelly Ribeiro. 57% dos entrevistados acreditam que seu negócio pode gerar um impacto positivo a coletividade. “Há depoimentos de vários CEOs afirmando que as métricas tradicionais de performance financeira e qualidade têm mudado ao longo do tempo — no relacionamento dele com o empregado, comunidade e clientes”.

Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2018/10/empresas-investem-no-bem-estar-para-ganhar-produtividade-diz-estudo.html

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