A sinistralidade nos planos de saúde

Na hora do reajuste contratual é o momento que algumas pessoas da empresa querem achar uma solução fantástica principalmente quando o percentual é generoso. Primeiro precisa-se entender porque chegou nesse ponto, deveria ter acompanhamento ao longo do ano, se você tem um corretor que passa na empresa para ver como está, tomar um cafezinho, é parte da resposta, se você é atendido diretamente pelo comercial da operadora, pois é, o que ele fez por você ao longo do contrato? Levar carta de reajuste é ser um office boy de luxo, isso é fácil, sem contar que trocam de pessoal constantemente, não há interlocução direta, que já conheça sua empresa, sua rotina.

Há várias situações, claro, tem casos que basta apenas uma pessoa com doença grave estourar o plano, mas poderia ser minimizado indagando a operadora para fazer a gestão de saúde dos casos críticos. Tem outros casos, que o plano é usado para justificar falta, é um instrumento fantástico para curar a ressaca de segunda, agilizar afazeres pendentes do dia-dia, para ir naquele show em outra cidade, buscar no pronto atendimento a cura para aquela dorzinha de cabeça e por ai segue. Infelizmente vemos pouco cuidado com o plano de saúde seja por parte da empresa, beneficiários, corretor e propriamente da operadora, alguém desse elo precisa provocar situações, colocar a operadora para fazer o que deve fazer, não apenas gerar relatórios mostrando o que aconteceu aos 45 do segundo tempo, depois que estoura o plano não tem o que fazer é pagar a conta ou mudar de operadora, isso se a empresa já não fez o rodizio, ficar mudando de operadora constantemente e deixando prejuízos para traz, querendo ou não fica com o CNPJ carimbando por um bom tempo.

O custo da saúde é muito caro, não se dá o devido cuidado na gestão do contrato, e pelo rodízio de operadoras já ter sido feito, não tem muitas opções, tem que aceitar ou cancelar o plano e como fazer isso com 500, 2 mil vidas, não é tão simples.

Nesse circuito tem que ter uma pessoa especialista acompanhando tudo, informando o RH do andamento do plano, cobrando efetividade da operadora e já desenhando futuramente os possíveis cenários desse contrato, é algo que precisa de foco, não é na hora do reajuste que deve procurar o que fazer, é algo trabalhado há várias mãos, até é estranho porque esse é o ponto, trabalhar há várias mãos. Já tive situações que a empresa não abriu o valor do plano atual, a gente precisa de informações, relatórios das pessoas que mais utilizam, saber como se comporta toda a massa, são inúmeras informações e variáveis que serve de base para as ações junto as operadoras, lembre-se: sem informação, trabalhar no escuro, precificação no maior risco, praticamente perca de tempo do corretor e empresas, com informações a gente trabalha para mostrar para a operadora a fim de diminuir essa precificação, buscando sempre cotações com assertividade.

Autor: Guilherme Barros, consultor de planos de saúde.

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